CENTENÁRIO EDUARDO LOURENÇO

Eduardo Lourenço com 10 meses de idade
Eduardo Lourenço com 11 anos
Eduardo Lourenço com 16 anos, junto da mãe e dos irmãos
Eduardo Lourenço com 24 anos
Eduardo Lourenço com a mulher, Annie Salomon de Faria (1949)
Eduardo Lourenço com o filho, Gil (1972)

Eduardo Lourenço nasceu em São Pedro de Rio Seco (Almeida) a 23 de maio de 1923 e faleceu em Lisboa, a 1 de dezembro de 2021.
Considerado um dos mais prestigiados intelectuais europeus e uma das mais emblemáticas figuras do século XX português, Eduardo Lourenço deixa uma obra de vulto e um legado que o perpetuará na história da Cultura Portuguesa.

Eduardo Lourenço frequentou o Liceu da Guarda e cursou Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde lecionou como professor assistente até 1953, assumindo desde então uma atitude crítica e um pensamento autónomo.
A partir de 1954, lecionou em universidades estrangeiras nas cidades de Hamburgo, Heidelberg, Montpellier, São Salvador da Baía, Grenoble e Nice, onde se aposentou em 1988, ficando a viver na região. Fixou residência em Vence até 2013, altura em que, após a morte da esposa, Annie Salomon de Faria, regressou a Portugal.

Atento à realidade portuguesa, participou, na vida política do país através da obra escrita e até no apoio a figuras e candidaturas políticas, apesar do seu afastamento. A produção ensaística de Eduardo Lourenço, abrangendo diversas áreas, da literatura e da arte aos acontecimentos políticos contemporâneos, tornou-se um fenómeno singular na cultura portuguesa, orientada por uma constante argumentação personalista, que se traduziu em mais de 40 livros e inúmeros artigos, prefácios, críticas e recensões. As suas Obras Completas têm vindo a ser editadas pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Expoente máximo do ensaísmo literário e cultural contemporâneo, Eduardo Lourenço foi unanimemente reconhecido no meio universitário com quatro Doutoramentos Honoris Causa e no meio cultural e social com a atribuição de vários prémios nacionais e internacionais, para além de condecorações do Estado Português, Francês e Espanhol, e de inúmeras homenagens.

Através do desafio da criação, na Guarda, em 1999, de um Instituto da Civilização Ibérica que unisse as duas Universidades mais antigas da Península (Coimbra e Salamanca), Eduardo Lourenço retornou simbolicamente à sua cidade como Diretor Honorífico do Centro de Estudos Ibéricos e como patrono da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, inaugurada em 2008 e que conta com grande parte do seu acervo literário. O Centro de Estudos Ibéricos instituiu, em 2004, o Prémio Eduardo Lourenço, em homenagem ao seu mentor, patrono e Diretor Honorífico, destinado a galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.

Heterodoxia, Coimbra, Coimbra Editora, 1949.

O Desespero Humanista na Obra de Miguel Torga, Coimbra, Coimbra Editora, 1955

Heterodoxia II , Coimbra, Coimbra Editora, 1967.

Sentido e Forma da Poesia Neo-realista, Lisboa, Ulisseia, 1968, Col. “Poesia e Ensaio”, nº 20.

Pessoa Revisitado. Leitura Estruturante do Drama em Gente, Porto, Editorial Inova, 1973, Colecção Civilização Portuguesa, nº 17.

Tempo e Poesia, Porto, Editorial Inova, 1974, Col. “Civilização Portuguesa”.

Os Militares e o Poder, Lisboa, Arcádia, 1975, Col. “Temas Portugueses”.

Situação Africana e Consciência Nacional, Amadora, Génese, 1976, Col. “Cadernos Critério 2”.

O Fascismo Nunca Existiu, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1976, Col. “Participar”, nº 8.

O Labirinto da Saudade, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1978, Col. “Participar”, nº10.

O Complexo de Marx, Lisboa, Publicações Dom Quixote, Col. “Participar”, nº13, 1979.

O Espelho Imaginário, Pintura, anti-pintura, não-pintura, Lisboa, Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 1981, Col. “Arte e Artistas”.

Poesia e Metafísica. Camões, Antero, Pessoa, Lisboa, Edições Sá da Costa, 1983.

Ocasionais I, Lisboa, A Regra do Jogo Edições, 1984, Col. “Ensaios”, nº 9.

Fernando Pessoa, Rei da nossa Baviera, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1986, Col. “Temas Portugueses”.

Nós e a Europa ou as duas razões, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1988, Col. “Temas Portugueses”.

O Canto do Signo. Existência e Literatura (1957-1993), Lisboa, Editorial Presença, 1994, Col. “Biblioteca de Textos Universitários. Nova Série”, nº 9.

A Europa Desencantada. Para uma mitologia europeia, Lisboa, Edições Visão, 1994.

Nós como Futuro, Lisboa, Cadernos do Pavilhão de Portugal da Expo 98, Assírio & Alvim, 1997.

O Esplendor do Caos, Lisboa, Gradiva, 1998, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

Portugal como Destino seguido de Mitologia da Saudade, Gradiva, 1999, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

A Nau de Ícaro seguido de Imagem e Miragem da Lusofonia, Lisboa, Gradiva, 1999, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

A Noite Intacta. (I)recuperável Antero, Vila do Conde, Centro de Estudos Anterianos, 2000.

Destroços. O Gibão de Mestre Gil e Outros Ensaios, Lisboa, Gradiva, 2004, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

O Lugar do Anjo. Ensaios Pessoanos, Lisboa, Gradiva, 2004, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

O Outro Lado da Lua. A Ibéria segundo Eduardo Lourenço, Porto, Campo das Letras, 2005, Col. “Iberografias”, nº 3.

A Morte de Colombo. Metamorfose e Fim do Ocidente como Mito, Lisboa, Gradiva, 2005, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

As Saias de Elvira e Outros Ensaios, Lisboa, Gradiva, 2006, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”.

Paraíso sem Mediação. Breves ensaios sobre Eugénio de Andrade, Porto, Asa, 2007, Col. “Ensaio”.

A Esquerda na Encruzilhada ou fora da História? Ensaios Políticos, Lisboa, Gradiva, 2009, Col. “Obras de Eduardo de Lourenço”.

Pequena meditação europeia. A propósito de Guimarães, Lisboa, Verbo-Babel, 2011.

Heterodoxias, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

Tempo da Música, Música do Tempo, Lisboa, Gradiva, 2012, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”, organização e prefácio de Barbara Aniello.

Vida Partilhada, Eduardo Lourenço, o CEI e a Cooperação Cultural, Centro de
Estudos Ibéricos – Âncora Editora, Guarda – Lisboa, 2013, col. “Iberografias”, nº 21.

Do Colonialismo como Nosso Impensado, Lisboa, Gradiva, 2014, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”, Organização e Prefácio de Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi.

Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista e Outros Ensaios, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2014.

Do Brasil. Fascínio e Miragem, Lisboa, Gradiva, 2015, Col. “Obras de Eduardo Lourenço”, organização e prefácio de Maria de Lourdes Soares.

Crónicas quase marcianas, 2016 Lisboa, Gradiva Tempo e Poesia, (O.C. Vol. III), 2016 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian 

Da Pintura, 2017 Lisboa, Gradiva Tempo Brasileiro: Fascínio e Miragem, (O.C. Vol. IV), 2018 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian 

Da Música, (O.C. Vol. V), 2019 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian 

Estudos sobre Camões, (O.C. Vol. VI), 2019 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian Antero. 

Portugal como Tragédia, (O.C. Vol. VII), 2019 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Requiem para alguns vivos, (O. C. Vol. VIII) 2020 Lisboa, Fundação Calouste
Gulbenkian

Pessoa revisitado: critica Pessoana I, (O. C. Vol IX) 2020 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Ver é Ser Visto, Fragmentos Essenciais, 2021 Lisboa, Gradiva

Jorge de Sena, Contemporâneo Capital, (O. C. Vol X) 2021 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

O Lugar do Anjo – Crítica Pessoana II (1983-2017) (O. C. Vol.XI), Lisboa, 2022, Fundação Calouste Gulbenkian

 Segundo Paraíso – Do Cinema como Ficção do Nosso Sobrenatural (O. C. Vol.XII), Lisboa, 2022, Fundação Calouste Gulbenkian

 Vida Partilhada – Todos Nós Ibéricos, Centro de Estudos Ibéricos – Âncora Editora – 2023 , col. Iberografias nº 44

 Eduardo Lourenço: Uma Bibliografia (1923 – 2020), Centro de Estudos Ibéricos – Âncora Editora – 2023 , col. Iberografias nº 46

 O Labirinto da Saudade e Outros Ensaios sobre a Cultura Portuguesa (O. C. Vol.XIII), Lisboa, 2023, Fundação Calouste Gulbenkian